As vinhas na região do Douro remontam a 4.000 anos e foram introduzidas por povos primitivos que habitaram a região por muitos séculos. No Século I com a chegada dos romanos, a vinicultura ganhou bastante importância e durante vários outros séculos posteriores a região foi habitada por diversos povos, desde suevos a visigodos e então muçulmanos que dominaram a região por um longo período.
Em 1143 foi estabelecido o Reino de Portugal e entre os séculos XVII e XIX o comércio de vinhos já estava inteiramente estabelecido, tendo a Inglaterra como principal consumidor. A grande procura dos ingleses pelo vinho douriense fez com que sua qualidade caísse drasticamente, resultando na intervenção do Marques de Pombal, que
criou a primeira Denominação de Origem do mundo, o Douro Vinhateiro.
Ele demarcou a região entre 1757 e 1761 com grandes marcos de granito gravados com a palavra "feitoria" no terreno designado.
No século XIX o oídio e a filoxera se abateram sobre a região, que demorou um tempo para recuperar-se. Hoje o Douro é uma das mais apreciadas regiões vinícolas, de onde saem excelentes vinhos tranquilos dourienses e onde são plantadas as uvas para o Vinho do Porto, o mais famoso vinho à época da demarcação e um dos ícones mundiais até hoje.
Um dos grandes atrativos da região, assim como de todo Portugal são suas castas autóctones, locais e originais, cheias de personalidade - inclusive nos nomes - e verdadeiros símbolos da resistência portuguesa. A região está situada no nordeste de Portugal e na bacia hidrográfica do rio Douro e um total de 250 mil hectares. Há três subdivisões (por fatores climáticos e sócio-econômicos) dourienses: Baixo Corgo e Cima Corgo (antes chamados de Alto Douro) e Douro Superior.
Há cerca de 33 mil produtores na região do Douro e cada um possui uma média de 1 hectare de vinhas uma vez que a cobertura de vinhas da região demarcada é de apenas 18,3%.
A DOC (Denominação de origem controlada) Douro é regulada pelo IVDP (Instituto do Vinho do Porto e Douro) mas há também outras categorias de vinhos na região, como o VEQPRD (Vinho espumante de qualidade produzido em região demarcada), a DOC Porto e utras demoninações mais simples.
Portugal mantém o conceito de estilos de vinhos, que podem ser considerados mais importantes que as denominações às quais eles estão submetidos.
Entender os estilos de vinhos portugueses é uma excelente forma de guiar as compras. A região do Douro possui diversos estilos.
Em relação aos Vinhos do Porto, podemos dividir entre os estilos Ruby, Tawny, Branco e Rosé, tendo os estilos Ruby e Tawny diferentes categorias:
- Estilo Ruby: frutado e com o vigor dos vinhos jovens.
No estilo existem as categorias Ruby, Reserva, Late Bottled Vintage (LBV) e Vintage. Os vinhos das melhores categorias, principalmente o Vintage, e em menor grau o LBV, podem ser guardados, pois envelhecem bem em garrafa.
- Estilo Tawny: mais claros e "aloirados", os Tawny são mais envelhecidos e evoluídos.
As categorias existentes são: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com Indicação de Idade (10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos) e Colheita. São vinhos de lotes de vários anos, exceto os Colheita, feitos a partir de uma única safra e se assemelham a um Tawny com Indicação de Idade.
- Estilos Branco e Rosé: relativamente recentes, o branco pode ser encontrado também na versão seco. O rosé presta-se, além de ser bebido como o tinto à ser usado em drinks. São estilos mais jovens e descontraídos que os Rubys e Tawnys.
- Categoria Porto Late Bottled Vintage (LBV): é um Porto Ruby de um só ano, selecionado pela sua elevada qualidade engarrafado depois de um período de envelhecimento de entre quatro a seis anos. A maioria está pronta a ser consumida na altura da compra, mas alguns continuam o seu envelhecimento em garrafa (verifique o rótulo).
- Categoria Porto Vintage: considerado por muitas pessoas como a jóia da coroa dos vinhos do Porto, é o
único Porto que amadurece em garrafa. Produzido a partir de uvas de um único ano e engarrafado dois a três anos após a vindima,
evolui gradualmente durante 10 a 50 anos em garrafa. O encanto do Porto Vintage reside no fato de ser atrativo em praticamente todas as fases da sua vida em garrafa. Nos primeiros cinco anos mantém a intensidade rubi das cores originais, aromas exuberantes a frutos vermelhos e silvestres e o sabor do chocolate negro, tudo equilibrado por fortes taninos, que combinam na perfeição com sobremesas ricas de chocolate. Após dez anos – e para além de criar um depósito médio – desenvolve tons vermelho granada e atinge uma deliciosa plenitude de aromas e sabores a frutos maduros. À medida que o vinho se aproxima da maturidade, a cor evolui para os tons âmbar ricos e a sua fruta adquire maior subtileza e complexidade e o seu depósito torna-se mais pesado.
Existem também outras categorias de Vinhos do Porto, como os
Tawny com indicações de idade, brancos especiais e Single Quinta Vintage. O IVDP mantém um site com todas as insformações sobre seus vinhos e que vale a pena ser consultado para maiores detalhes.
